sábado, 29 de maio de 2010

Pesadelo - poema do livro Alcaçuz e Anis (pág. 27)

Escrevi o poema Pesadelo há uns trinta anos. Algum tempo depois de escrito é que lhe dei o título. Ele nunca esteve tão atual. Se fosse escrevê-lo hoje só trocaria o necrófilo por pedófilo. Confesso que quando o fiz nem sabia o significado das palavras, elas simplesmente saíram num pacote. Termino o poema feliz, dei uma cutucada nos religiosos pecadores.

Pesadelo

Pontífices imprudentes
impróprios e prováveis
culposos dos atos seus.
Revoltosos leprosos
e necrófilos enfestos,
nefastos e esdrúxulos.
Inescrupulosos errantes,
mamelucos de janela.
É a solda dos sonhos.
Saporíferos ferrosos,
fontana fon-fon e feudo,
filogônios argônicos
teóricos e mal acabados.
Eis aqui um júbilo
de alma lavada.

Nenhum comentário: