terça-feira, 22 de julho de 2008

Soltei os cachorros

Quando cheguei depois do trabalho não encontrei ninguém em casa. Uma única cerveja à minha espera na geladeira. Fui lá fora, soltei os cachorros literalmente porque um latia sem parar pois minha cunhada o deixara amarrado a tarde toda, a outra, deixou de cuidar de seus nove filhotes e veio ao meu encontro com cara de faminta. Na noite passada fiquei horas ao fogão preparando uma gororoba suculenta com costela de vaca para ela melhorar a amamentação, tudo certinho conforme recomendação de um veterinário amigo meu, só que ele não me avisou sobre o tempero e acho que devo ter exagerado em alguma coisa, comeram somente a carne, o caldo ficou intacto e ainda está lá no recipiente improvisado. Ração eles não querem, então, que se danem, vou deixá-los hoje somente com água e os restos do meu prato caprichado de ontem. Fechei as portas para eles ficarem do lado de fora, sim porque a cachorra não entra, mas o outro serelepe entra sempre e faz o que não devia no piso da sala ou do quarto e minha esposa quando vê fica uma arara comigo. Abri a cerveja, liguei o computador para ver se tinha algum recado interessante e ao som de uma música clássica de alguns discos que adquiri de uma coleção e que só consigo ouvir nessas horas, quando estou sozinho em casa, vi que na minha caixa de mensagem só havia propaganda e lembrete de boletos vencidos. Que vida dura. Pena que só havia uma cerveja. Hoje é dia de treino do meu filho no futsal e minha esposa tinha uma reunião de confraternização na casa de uma amiga que se casara há pouco tempo, já devem estar chegando. Troco o disco sem escolher, o primeiro era muito monótono Stravinsky, o de agora: Richard Strauss.
Preciso ir ao médico urgentemente para fazer exame de vista. Sempre ouvi falar em vista cansada mas não imaginei que a minha fosse se cansar tão rápido.
Pelo menos o ouvido funciona bem e dá para ouvir essas maravilhas da música clássica.
Os vizinhos devem me achar maluco, dia desses coloquei música sertaneja na maior altura.
Foi fazendo isso, em ocasiões parecidas, que escrevi muitos dos poemas que compõem o Alcaçuz e Anis.

domingo, 20 de julho de 2008

Recebi o orçamento que encomendei a uma agência especializada para participar da Bienal Internacional do Livro em São Paulo. Sinto em dizer-lhes que ficará para a próxima a minha participação.
Gostaria muito de participar, mas, a condição atual extrapola o meu talento.
Acompanharei de longe as novidades.
Talvez na próxima a Biblioteca24x7 tenha um canto só dela e torne mais fácil a participação dos autores que ela publicou.

sábado, 19 de julho de 2008

Descobri a poesia menino ainda, no tempo do primário. Já ali eu percebera que não era difícil fazer poesia. Quer dizer, fui perceber isso um pouco mais tarde, no início do segundo grau, quando tirei minha primeira nota máxima em redação, que eu gostava da leveza e do ritmo dos versos que falavam das coisas corriqueiras da vida como "meu pai montava a cavalo e ia para o campo, minha mãe ficava em casa cosendo...", era a minha vida ali passada para o livro. Ou então "...café com pão café com pão...". Daí, sempre procurei fazer versos simples, livres, leves e em sua maioria curtos, e fiz disso o meu estilo. Acho o máximo ler versos que fiz muito tempo atrás e me divertir com eles, com a situação em que foram criados, muitas delas engraçadas, já outras inexplicáveis, que brotaram prontas sabe-se lá de onde. Essa sensação gostosa que quero passar para você leitor. Muitos versos ainda estão guardados em minhas gavetas, espero que um dia vocês tenham a oportunidade de conhecê-los. Por enquanto, divirtam-se com os 55 que saíram no livro Alcaçuz e Anis. Aguardarei por seus manifestos.

sexta-feira, 18 de julho de 2008

São 55 poemas distribuídos em apenas 64 páginas. Curtos, portanto. Leves e fáceis de ler.

Começo com um pedaço do paraíso, ultrapasso algumas barreiras, com tenacidade conto um caso na telinha que mais parece um pandemônio, passo pelo carnaval com a alma vazia e num instante de ludismo brilho na cor pois aparece uma mulher que gosta de goiaba e não quer sair do meu papel, com harmonia tento conter a tentação maluca escrevendo com tinta preta em andanças e até pesadelos, sonho com um craque da bola, com reunião de cores, uma queda vista que não saiu do zero, lembro de uma perda, afogo as mágoas na boemia vendo paisagens murchas, acho defeito num conserto e vejo um colega do garimpo partir, ah!, décadas amargas, faço planos, passo por Boituva, vejo chapéus estranhos numa rodoviária, o tempo se fecha e logo após tenho um momento sublime ao ver uma vendedora morena que foi se chegando como num baile, que nada, de manhã, descobertas que não se confirmaram, quando dei por mim, já era horário de verão e olhando pela janela vi um craque da vila e uma morena que ocultava os mundos, procurei sossego, voltei para o sofá, peão da vida, fecha-pagode, vida-dura, lembrei das loiras e da chuva do caju que não veio, à noite dancei, condições humanas e com os caminhos fechados voltei ao carnaval com a Vila Isabel, depois, numa fração de minuto lembrei-me de casa e, sem o som de um berrante, contentei-me com um chicle de alcaçuz e anis.

sábado, 5 de julho de 2008

A sinopse está a caminho.

Hoje fiz meu primeiro contato com a Livraria Drumond, aqui de minha cidade, e coloquei alguns exemplares à venda. Semana passada coloquei também na Casa da Roça em Iturama.

Estou ansioso para iniciar o fórum do autor, opção disponível no site da Biblioteca24x7 que permite ao leitor interagir com o autor, criticando, elogiando, enfim, dando palpites na obra. Muito interessante isso. Está demorando um pouco para decolar, mas quando acontecer, tenho a impressão que não parará mais. É uma incógnita. Muito me agrada a forma de impressão por demanda adotada pela Bibliteca24x7, o que significa que posso modificar ou incrementar o livro quando quiser, o que não é o meu caso, ainda.

Com satisfação levei também dois exemplares ao professor Hélis Ferreira da Silva, cujo incentivo, tornou mais fácil a publicação do livro e por isso ser-lhe-ei eternamente grato.

Continuo pensando em enviar livros para as bibliotecas públicas do meu Estado, apesar de ter municípios pra caramba, o que significa: gastos que ainda não posso arcar. Irei fazendo aos poucos a distribuição. Por enquanto quatro cidades já receberam.
Participar da Bienal em São Paulo seria a realização de um sonho antigo. Mas sinto que ainda não é hora, apesar das propostas tentadoras que venho recebendo do site Usina de Letras, onde sou sócio. Alguns autores que também são sócios e que estão na mesma condição que eu, com livro lançado recentemente, estarão participando. Tudo a seu tempo.