quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Já estava com saudades de escrever aqui. Aprendi dactilografia muito jovem, durante o curso, passadas as páginas do manual, o professor disse-me que assim que eu atingisse tantos toques por minuto estaria concluído o curso; os dedos afundavam as teclas da máquina de escrever com força, uma Olivetti; foi ele acabar de falar, coloquei uma folha nova de papel na máquina e concluí o curso naquele primeiro minuto de teste copiando um texto qualquer. Não voltei mais lá. A agilidade para escrever trago daquele tempo. Durante a faculdade fui trabalhar num escritório de contabilidade que tinha uma Tekne3 elétrica; eu a fazia quase soltar fumaça. Sonhava em um dia adquirir uma daquelas, imaginava que se eu começasse a escrever na danada, não pararia mais. O tempo passou. Nunca consegui ter uma máquina de escrever em casa. Estou comendo doce de banana que minha mãe trouxe da chácara e ao mesmo tempo conversando pelo computador com um primo meio maluco que está descobrindo as maravilhas do autocad e um engenheiro que está iniciando no trabalho comigo. Mas, voltando ao assunto, mesmo sem máquina em casa, nunca parei de escrever: escrevia em tudo quanto era tipo de papel quando batia a palavra, o verso pronto para ser lido. Vá lá! Agora que tenho a facilidade do teclado do computador, leve e com as portas abertas para o mundo, não consigo dar-me o tempo necessário para permitir que a palavra venha.

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